HomeBlogTríade na MídiaParticipe do grupo de estudos da Tríade com Jayse Ferreira, indicado ao “Nobel da Educação”

Participe do grupo de estudos da Tríade com Jayse Ferreira, indicado ao “Nobel da Educação”

Os encontros acontecem todas às quartas-feiras de outubro no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Tríade Educacional. As vagas são limitadas – garanta já a sua!
Divulgação/Arquivo pessoal

A Tríade Educacional acaba de constituir parceria com um dos grandes nomes da educação na atualidade. O pernambucano Jayse Antonio da Silva Ferreira, considerado um dos 50 melhores professores do mundo, ministrará o seminário “Projetos em Prática – experiências de projetos premiados com Jayse Ferreira”. Serão quatro encontros com uma hora e meia de duração, realizados de forma síncrona e online, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Tríade Educacional.

Em 2019, Ferreira figurou entre os 50 finalistas do Global Teacher Prize, conhecido como “Prêmio Nobel da Educação”, ao lado da também brasileira Débora Garofalo. Em 2014, ele ainda foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) como o melhor professor do ensino médio no Brasil

Seu trabalho com Metodologias Ativas e a paixão pela sala de aula ultrapassaram os muros da Escola de Referência de Ensino Médio (EREM) Frei Orlando, em Itambé, município do interior de Pernambuco com pouco mais de 36 mil habitantes onde leciona. A história de Jayse, primeiro da família a alcançar a educação superior, fomenta a esperança dos estudantes da cidade – alguns deles são filhos de cortadores de cana que se tornaram protagonistas da aprendizagem em suas aulas de arte.

Como os educadores podem replicar as boas práticas do premiado educador e criar projetos com foco nas Metodologias Ativas, mesmo em época de pandemia e distanciamento social? Estas são as perguntas que serão respondidas no seminário, a ser realizado nos dias 7, 14, 21 e 28 de outubro. 

Clique aqui para fazer sua matrícula: os encontros começam no dia 7 de outubro e as vagas são limitadas! O grupo de estudos foi organizado em quatro encontros online e uma carga horária de 10 horas – 6 horas em quatro encontros síncronos e outras 4 horas dedicadas à leitura preparatória para os encontros. Ao longo da formação, em reflexões e bate-papo com o formador, serão abordados os seguintes tópicos:

• Encontro 1 (7 de outubro): Pedagogia de projetos e estudo de caso: Projeto Etnias do Mundo

• Encontro 2 (14 de outubro): Projetos e tecnologias digitais e estudo caso do projeto: Vamos enCURTAr essa história?

• Encontro 3 (21 de outubro): Quatro passos para um projeto exitoso.

• Encontro 4 (28 de outubro): Compartilhamento de projetos dos participantes e feedback.

Nesta entrevista, Jayse Ferreira comenta sobre o formato da formação e a parceria com a Tríade, bem como acerca dos desafios trazidos pelo ensino remoto. “Tenha empatia, reveja seu conteúdo e o embale em camada mais humana”, sugere. Confira:

Divulgação

Quando surgiu a ideia do grupo de estudo e a parceria com a Tríade Educacional?

Venho palestrando há bastante tempo sobre os meus dois projetos (Eu sou uma Obra de Arte: Etnias do Mundo e Vamos enCURTAr essa história?), que foram premiados pelo MEC. Aqueles que me seguem começaram a perguntar: “Como você faz esses projetos? Tem algum material para que a gente possa aplicar em sala de aula?”. Por isso, o grupo de estudo foi pensado de professor para professor, para que possa ser reaplicado não só na escola pública, mas em qualquer escola onde você trabalhe. Sobre a Tríade, eu conheci a Lilian Bacich (diretora da Tríade Educacional) por meio do livro “Ensino Híbrido – Personalização e Tecnologia na educação”, organizado por ela e outros professores. Eu a vi em uma live falando sobre a obra, que eu uso para aplicar algumas metodologias. Então, pensei: “Por que não nos juntar?” Nós nos reunimos com o Leandro (também diretor da Tríade) e conversamos bastante sobre a ideia de um grupo de estudo diferenciado, que traga a ideia da Metodologia Ativa e criativa durante os encontros. Acho que essa parceria vai ser um grande sucesso!

 

O grupo de estudo tratará de projetos práticos a partir dos seus exemplos. Como o senhor vê a Aprendizagem Baseada em Projetos no cenário educacional?

A Aprendizagem Baseada em Projetos é fundamental para instigar o aluno a querer pesquisar, participar… A gente só aprende quando é estimulado, está empolgado. A pedagogia de projetos traz muito isso: ela não vai dar nada pronto, ela vai instigar o aluno a ir atrás de novidades, de soluções. É uma forma de aprendizagem que funciona muito melhor. Acredito muito nessa metodologia, principalmente agora, durante o período da pandemia, no qual os alunos estão distantes da escola real. 

 

Poderia nos dar um exemplo dessa metodologia?

O aluno costuma questionar o professor: por que a escola nunca trabalha com aquilo que a gente gosta, como jogos, filmes, séries? Vejo que estamos em um bom momento para os educadores verem como podem atrair esse aluno. A pedagogia de projetos pode ser muito potencializada nesse período: você pode fazer indicações de séries com as quais alunos estão antenados e propor a metodologia, ensinando determinados assuntos e conteúdos de maneira inovadora, por exemplo. A pedagogia de projetos, além de ser incentivadora, é muito mais atraente do que a metodologia antiga, vamos dizer assim, aquela que o aluno só copiava ou ouvia o professor. É possível trabalhar desta forma em qualquer disciplina. Eu mesmo tenho feito isso: dou aula de artes e tenho usado os filmes e séries que os alunos assistem, e produzo conteúdo a partir delas. 

Divulgação

Este vai ser um dos tópicos do seu grupo de estudo na Tríade Educacional. Quem o cursar deve sair com qual bagagem?

Em primeiro lugar, queremos estimular o professor a trabalhar de forma atrativa e diferente. É possível alcançar esse objetivo com os passos que oferecerei no grupo de estudo. O que quero, principalmente, é que o professor veja que ser diferenciado não é um bicho de sete cabeças. Às vezes, pensamos que essas metodologias vão dar trabalho. Pelo contrário! Vou mostrar como fiz meus projetos, de forma simples, utilizando os materiais do nosso cotidiano para atrair o aluno, a fim de que ele construa com o professor. Se eu fui um dos cinquenta melhores professores do mundo, eles também podem ser. 

 

O que mais será abordado?

Vamos abordar, de forma real, as metodologias que envolvem as competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e isso é um diferencial bem grande. A ideia é que quem assista, saia fortalecido sobre o papel do professor: o que ele faz é muito importante e transformador. Quero que ele tenha essa noção e saia bastante engajado, com aquela vontade de que é possível fazer. Eu sou a prova disso. Conversaremos também com aquele professor que talvez esteja engatinhando nesse mundo da pedagogia diferenciada, de projetos, quer fazer algo e não sabe bem como. As minhas trilhas vão mostrar o passo a passo para um projeto exitoso. 

Divulgação do premio Global Teacher Prize 2019, no qual Ferreira foi indicado entre os melhores professores do mundo

Foram justamente os seus projetos que o levaram a figurar entre os 50 melhores docentes do mundo. Como tem sido seu dia a dia depois do Global Prize?

Muita coisa mudou depois da indicação ao Global Prize em 2019. Meu dia a dia ficou bem corrido, mas no bom sentido, com bastante procura. Passei o começo do ano palestrando pelo país. Essa correria me deixa muito feliz, porque os professores dizem que veem no meu trabalho inspiração para continuar… Isso mudou muito a minha vida, tanto que tenho investido mais nessa carreira de palestrante, justamente para tentar inspirar outros professores a continuar. 

 

Em relação ao ensino remoto, como tem sido a sua rotina? Muitos desafios decorrentes da adaptação?

Tem sido interessante. Enquanto professores, costumamos pensar que já aprendemos muita coisa e aí vemos que, às vezes, precisamos partir do zero. E isso foi difícil no início, porque eu estava havia 14 anos na sala de aula real e, de repente, tive que dominar essa forma virtual. Adorei aprender com meus alunos, tem sido um ensinamento neste período da pandemia. Eles me deram ideias de plataformas, de como dinamizar minha aula… Por mais distante que eu esteja deles, vejo que me aproximei ainda mais de suas vidas. Meu aluno já era muito imerso nesse mundo virtual, faltava também o meu mergulho. Há desafios, mas vamos sair dessa experiência com a bagagem bem cheia. 

 

O senhor fala bastante da sua relação de professor para professor. Nesse contexto, quais as suas principais sugestões para os educadores brasileiros neste momento de isolamento social?

Precisamos nos lembrar de que nós somos humanos e o principal agora é ter um olhar empático com os alunos. Precisamos saber se eles estão passando por dificuldades, se perderam parentes… Muitos só têm você, professor, como exemplo. Ouça mais o seu aluno, tente entender sua realidade. Reveja seu conteúdo. Muitos não têm acesso à internet, não são todos que têm celular… Por isso, sugiro que você embale seu conteúdo em uma camada mais humana. Não é hora de penalizá-los, e sim darmos as mãos. Faça um questionário, pergunte a eles qual melhor horário para a aula, planeje suas aulas em cima disso. Esse é o momento de estar junto. Caso contrário, recuperá-lo será muito mais difícil. 


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