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Curso online aprofunda o debate sobre Metodologias Ativas na educação

Com a participação de 47 professores de diferentes estados brasileiros, curso intensivo oferecido pela Tríade Educacional reforça a importância das práticas inovadoras nos processos de ensino e aprendizagem. 

O tradicional curso de férias da Tríade Educacional ganhou novo formato neste 2020. Por conta da pandemia e das regras de distanciamento social, as aulas aconteceram a distância, entre os dias 6 e 8 de julho. 

Ao todo, 47 professores de escolas públicas e privadas (do ensino fundamental ao superior) participaram dos encontros, que mesclaram oficinas, exercícios práticos e troca de experiências. As aulas, focadas na promoção de ações pedagógicas inovadoras, apresentaram estratégias de ensino e de avaliação baseadas nas Metodologias Ativas, no Ensino Híbrido, na Aprendizagem Baseada em Projetos e no uso dos recursos digitais, fundamentais para aprofundar a aprendizagem ativa construída em rede, com o aluno como protagonista da aprendizagem.  

O curso de férias também marcou a estreia do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Tríade Educacional (ava.triade.me), plataforma elaborada no Moodle para abrigar experiências de aprendizagem voltadas à inovação na educação.

“Nossa proposta, neste ambiente, é poder levar para mais educadores os cursos que já eram ofertados aqui na Tríade, presencialmente”, afirma Lilian Bacich, diretora da Tríade Educacional. “Nesta edição, em especial, foi importante ver a diversidade dos participantes: vivências e realidades tão diferentes, mas todos conectados em refletir e aprimorar suas práticas para continuarem oferecendo uma educação de qualidade aos estudantes, de forma remota, híbrida e, futuramente, presencial”, complementa.

Dinamismo e inspiração

Professor de Química do 9º ano ao Ensino Médio em duas escolas particulares de São Paulo, Fabrício Spósito não perdeu tempo: já no segundo dia de curso, aplicou em sua turma uma sequência de vídeos, a fim de deixar a aula mais interativa. “Eu me surpreendi muito com a dinâmica do Leandro e da Lilian. Demonstraram claramente que é possível trabalhar com o Ensino Híbrido, complementando suas características (online e offline). Neste curso, eu aprendi mais do que em aulas presenciais, justamente por conta da metodologia, da dinâmica, do ensinar e do fazer ali na prática”, afirma.

Sobre os aprendizados, Spósito ressalta a importância da personalização. “É preciso analisar o seu público, pensar no que ele mais precisa e como pode aprender da melhor maneira, dentro de suas realidades. Saio do curso com muita esperança e cheio de planos”, garante.

A professora Sindiany Caduda, do campus Sertão da Universidade Federal de Sergipe, concorda com o colega de São Paulo: o curso mostrou que é possível promover o engajamento dos estudantes a partir da proposta de Ensino Híbrido e da Aprendizagem Baseada em Projetos. “As aulas foram dinâmicas, desafiadoras e muito reflexivas. Senti-me totalmente envolvida e motivada. Eu já desenvolvi Ensino Híbrido e Aprendizagem Baseada em Projetos no Ensino Superior, mas aprofundar conhecimentos teóricos a respeito da personalização, rubrica e STEAM, bem como colocar as mãos na massa, foi extremamente enriquecedor”, diz.

Na universidade, Sindiany lidera um grupo de estudos e pesquisas em Metodologias Ativas e pretende compartilhar o que vivenciou nestes três dias com a Tríade Educacional. “Quero experimentar a combinação da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) com o Ensino Híbrido nas minhas aulas. Vejo como um caminho possível neste período de ensino remoto e para quando voltarmos ao ensino presencial”, acredita a educadora. 

Da sala de aula à aldeia

A riqueza e os desafios do ensino nas distintas realidades brasileiras marcaram esta edição do curso da Tríade. A participação da educadora Janaina Reis é um exemplo disso. Única professora de duas escolas na mesma aldeia no Mato Grosso (a Escola Estadual Indígena Leonardo Villas Boas, localizada no Parque Indígena do Xingu, e a Escola Municipal Indígena Emkia), ela leciona para turmas multisseriadas do ensino médio (na primeira escola) e do ensino infantil ao fundamental (na escola municipal). Seus alunos têm entre 14 e 60 anos de idade.

Por lá, não há impressoras, computadores ou sinal de telefone. Recentemente, a internet foi instalada, mas depende de gerador para funcionar – e esse gerador só é ligado algumas horas por dia. A despeito das dificuldades, Janaína cita Paulo Freire como origem de sua inspiração para seguir em frente: “Eu nunca poderia pensar em educação sem amor. É por isso que eu me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor.”

O que mais surpreendeu a educadora no curso da Tríade, além do dinamismo e de teorias próximas à sua realidade, foi “entender professores e professoras como pessoas que trilham percursos educacionais que sempre estão se repensando e criando novas experiências de aprendizagem.”

“Já sabia que iria gostar do curso, mas me surpreendi, gostei muito! Foi interessante poder colocar em prática alguns conhecimentos e a troca com professores de realidades muito diferentes. Consegui conhecer várias ferramentas tecnológicas totalmente novas que, apesar de no momento não ser possível trabalhá-las na escola, me dão ferramentas para trabalhos futuros e ideias sobre como adaptar para um mundo não digital o que essas tecnologias digitais proporcionam”, afirma a educadora. 

Próximos passos

No planejamento de aulas, pedido a todos os estudantes como trabalho de finalização do curso, Janaina escolheu o modelo de Rotação por Estações. Por meio dele, a professora propôs oficinas de histórias em quadrinhos e teatro, coletando narrativas e ensinamentos com os moradores mais antigos da comunidade – eles serão escritos em duas línguas: a Mehinaku e a portuguesa. 

Os participantes do curso têm até o dia 13 de julho (segunda-feira) para enviar seus planos de aula, que serão devolvidos devidamente comentados, juntamente com o certificado de conclusão. 

“Foram três dias intensos, com muitas atividades, aprendizados e conexões”, ressalta Leandro Holanda, diretor da Tríade Educacional. “O que mais me impressiona é como os cursos estão atraindo pessoas de diferentes áreas, pessoas da educação básica, do ensino superior e mesmo de outras áreas, como a educação corporativa. É muito bom conhecer os desafios destas pessoas e ver como elas se desenvolvem ao longo da formação”, finaliza.

Em breve, lançaremos uma série de cursos online. Para receber atualizações em primeira mão, preencha o formulário abaixo!


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